domingo, 25 de abril de 2010

Difícil de definir

Agradeço, mas não preciso de abraços e frases bonitas. Chega! Parem de dizer que vai ficar tudo bem, parem.
Sinto coisas que não sei definir. Nunca as senti antes, e acho que nunca ninguém me contou que as tivesse sentido. Acaba por ser difícil de definir.
Sinto uma angústia enorme, e quando, como chuvas no deserto, as minhas lágrimas cedem, não cessam. E aí torna-se quase impossível de respirar. A dor é tanta, parece que não vai sair nunca. Eu imponho-me contra isto, e enquanto as lágrimas caem eu tento para-las, mas a dor é mais forte, e elas continuam, numa luta delas por mim, para mim, contra mim, sem descanso. Chego a ficar horas assim, sozinha, de porta trancada, agarrada a mim própria, chorando violenta e silenciosamente.
Deito-me, e quando acordo quase que está tudo bem. Sinto-me uma pessoa nova, apesar de a dor permanecer, já não há mais água para humedecer a areia do deserto.
Assim, saio do meu quarto, com o mesmo sorriso falso de sempre, que tal como a minha ironia, nunca ninguém tem a certeza de quando o uso.

Não quero ser feliz, mas quero-te aqui comigo.

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