quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lembras-te?

Lembras-te de como sempre dizias que a melhor maneira de aprender era vivendo? Pois, eu lembro-me. Não era que o dissesses muitas vezes, mas ambos sabemos que quando o dizias era por razões especiais, não necessariamente boas, mas que te foram essenciais.
Começo a achar que foi melhor assim. Até hoje queixei-me muitas vezes da vida que tinha, e nunca me apercebi de que ela era perfeita. Até hoje sempre pensei que sofria muito em certas ocasiões, e agora vejo que verdadeiramente, nunca sofri. Sofro hoje, mas até hoje eu não sofria, até hoje sentia um ligeiro mau estar, não chegava a ceder uma única lágrima, nem sei se dor tinha. Hoje é exactamente o contrário. Mas sabes porque? Porque tu estavas sempre lá. Tu não deixavas a minha vida ficar miserável, e tu não deixavas que eu sentisse dor. Se pudesse, eu hoje ligava-te e dizia-te o quanto te amo, as vezes que pedisses e ainda mais algumas, e dizia também que eras o melhor do mundo, e no fim iria chorar por te ter de volta.
Mudaste os meus conceitos à cerca de muita coisa, mas acho que já aprendi. Já passou um mês e pouco, já chega, eu já aprendi, eu imploro-te, volta!
Lembras-te de quando víamos house e tu dizias "qualquer dia somos nós ali", e eu mandava-te logo com a almofada, e insultava-te? Hoje, hoje iria dizer-te que se algum dia aquilo acontecesse eu iria estar lá a dar-te a mão, e iria-te abraçar nesse momento, e dizer que gosto muito de ti. Coisas que já sabes, mas que te são essenciais.

Não preciso de ser feliz, mas preciso de ti aqui comigo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Às vezes gostava de saber fazer magia

Hoje, mal pus um pé fora do meu apartamento e o vento passou lenta e caridosamente na minha cara, fazendo com que o meu cabelo esvoaçasse lentamente, soube que não o deveria fazer. Não! Antes disso. Mal abri os olhos de manhã para a parede branca do meu quarto, soube que hoje não era um dia para ir sair, para ir socializar com a mínima pessoa que fosse.
Hoje ainda não recuperei da dor de ontem, e duvido que amanhã isso aconteça. Hoje nem o sorriso falso do costume consigo fazer. Vejo que à minha volta há muita gente preocupada, agradeço, mas hoje não me apetece falar, a sério.
Sou fraca, eu sei.
As emoções apoderam-se de mim, e eu, como qualquer outro ser humano que se deixa ir com o vento, deixo-me ir com elas. O problema é que chegam a ser contraditórias, fico confusa, não sei para onde ir.
Sei que se digo o teu nome, se falo de ti, se penso em ti, desaba tudo em cima de mim, e eu não quero. Com isso vêm sempre mais preocupações, mais perguntas, mais palavras para a força que não tenho, e não preciso disso aqui e agora.
Gostava de aprender magia. Só para poder fechar os olhos, estalar os dedos, e para quando os abrisse tudo à minha volta desaparecer. Seria tão mais fácil estar sozinha. Os laços de relações, sejam elas quais forem, começam a ser coisas que me proporcionam mau estar. Se pensarem, é fácil quando estamos sozinhos, porque nada nos pode ser tirado.
Claro que haveriam bases indispensáveis para eu sobreviver, e tu és uma delas. Porque nunca ninguém me mostrará tão bem como tu, o verdadeiro significado de um sorriso, da felicidade, no seu estado mais puro.

As lágrimas continuam e eu repito, não preciso de ser feliz, mas preciso de ti aqui, comigo!


domingo, 25 de abril de 2010

Difícil de definir

Agradeço, mas não preciso de abraços e frases bonitas. Chega! Parem de dizer que vai ficar tudo bem, parem.
Sinto coisas que não sei definir. Nunca as senti antes, e acho que nunca ninguém me contou que as tivesse sentido. Acaba por ser difícil de definir.
Sinto uma angústia enorme, e quando, como chuvas no deserto, as minhas lágrimas cedem, não cessam. E aí torna-se quase impossível de respirar. A dor é tanta, parece que não vai sair nunca. Eu imponho-me contra isto, e enquanto as lágrimas caem eu tento para-las, mas a dor é mais forte, e elas continuam, numa luta delas por mim, para mim, contra mim, sem descanso. Chego a ficar horas assim, sozinha, de porta trancada, agarrada a mim própria, chorando violenta e silenciosamente.
Deito-me, e quando acordo quase que está tudo bem. Sinto-me uma pessoa nova, apesar de a dor permanecer, já não há mais água para humedecer a areia do deserto.
Assim, saio do meu quarto, com o mesmo sorriso falso de sempre, que tal como a minha ironia, nunca ninguém tem a certeza de quando o uso.

Não quero ser feliz, mas quero-te aqui comigo.

sábado, 24 de abril de 2010

Bernardo Soares

Toda a vida da alma humana é um movimento na penumbra. Vivemos, num lusco-fusco da consciência, nunca certos com o que somos ou com o que nos supomos ser. Nos melhores de nós vive a vaidade de qualquer coisa, e há um erro cujo ângulo não sabemos. Somos qualquer coisa que se passa no intervalo de um espectáculo; por vezes, por certas portas, entrevemos o que talvez não seja senão cenário. Todo o mundo é confuso, como vozes na noite.

É lindo não é? Leiam Bernardo Soares, a sério.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Há sempre "não saberes"

Escrevo, leio e apago. Escrevo, leio e apago. Tem sido assim hoje.
Parece-me estranho; o que mais puramente sinto é o que mais dificuldade tenho em expressar. Talvez por ser confuso e contraditório. Talvez por não o ser.
O artificial começa a parecer-me natural, e o natural, artificial. Não sei.
Quem sou, o que quero, o que faço, para quê, para quem,... Não sei. Faço porque gosto, porque sim ou porque não, porque pedem ou exigem. Não sei. Tenho razões para viver? Não sei. Tenho razões para morrer? Não sei.
A vida está feita de "não saberes", e é por isso que a continuo. É a emoção do não saber do amanhã que me vai enchendo os pulmões, e às vezes surgem impulsos, leves como a àgua da chuva que vai caindo lá fora, que me fazem respirar um pouco mais, e é quando pequenos cortes se abrem, e não abrangem só os pulmões, abrangem todo o meu corpo.
Há quem se queixe do sofrimento; eu gosto dele. Quanto mais me magouo melhor me sinto. Parece estranho sim, mas sofrer eleva-me. Há coisas que só se aprendem com feridas, ninguém vai lá com avisos, só com acções.

É na harmonia entre o natural e o artificial que consiste a nossa superioridade

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uma imagem nem sempre vale mais que mil palavras.

Já houve alturas em que não sabia viver sozinha, e agora não sei viver com alguém.
Manter uma conversa com alguém dói, quase como uma tortura, em que milhares de agulhas são espetadas nos pontos mais sensíveis do nosso corpo.
Peço-vos que imaginem um quadro. Preto. Preto da solidão desejada, do vazio que agora me governa. Agora façam um ponto branco no meio, quase imperceptível, pequeno, mas não fraco, reduzido a si mesmo, mas não necessariamente infeliz.
Se alguém, algum dia, fizesse um quadro destes, seria um corajoso. As criticas seriam péssimas; ninguém iria conseguir perceber o seu significado, e provavelmente nem se davam ao trabalho de encontrar o ponto branco, e se o encontrassem, iriam interpreta-lo como uma falha do pintor.
Mas se alguém pintasse um quadro, exactamente com o mesmo significado, e substituísse o preto pelas mais variadas cores, esse sim, seria aquele reconhecido. Acho que as cores transmitem sempre qualquer coisa a quem observa, mas quando variadas, não uniformes.
Talvez por isso, como um pintor tenta enganar quem aprecia os seus quadros, eu tento enganar quem me "aprecia" a mim.

Agora cada um tira as suas conclusões.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sextas-feiras

Era sexta-feira, mais ou menos duas horas da tarde. A caminho de casa havia uma rua estreitinha, e eu passava lá, todas as sextas-feiras. Todas as sextas-feiras estava, a um canto, sentado de pernas cruzadas, um rapaz. Não teria mais que 8 anos, mas o seu olhar pertencia já a uma pessoa 10 anos à frente. Não era uma criança fora do vulgar, pelo contrário. Era moreno, de cabelos pretos e olhos castanhos claros. O seu olhar penetrante não deixava ninguém indiferente, mas o rapaz não olhava para as pessoas, olhava sim para a parede que se encontrava à sua frente. Não importava a quantidade de pessoas, o seu aspecto ou até o seu cheiro, nunca vi os seus olhos moverem-se.
Nunca dei muita importância, mas comecei a achar estranho, sinistro. Achei que secalhar não fosse má ideia perguntar-lhe se estava bem, ou até tentar saber algo mais.
Uma sexta-feira decidi sentar-me a seu lado, de pernas cruzadas também. Foi como se nada tivesse feito. O seu olhar voltou a não desviar-se. Pensei então que talvez seria melhor meter conversa, para ver se ele reparava que eu estava mesmo ali.
Perguntei-lhe então como se chamava. Passaram 5 minutos e os seus olhos continuavam iguais, a sua posição também. A boca não se abrira um milimetro que fosse.
Já tinha perdido a esperança de uma resposta, e agora não sabia se me deveria ir embora ou apenas continuar ali, à espera que o nada acontecesse. Parece que me leu a mente. A sua cabeça rodou, olhou-me fixamente e soltou as primeiras palavras "De que te serveria saberes o meu nome? Amanha serei um desconhecido de novo para ti". Houve uma pausa, não sabia que responder, ele fitava-me, mas não ansiava uma resposta também. "Sento-me aqui diariamente, e tento imaginar o mundo ideal. Um mundo em que todos valorizassem os sentimentos, e não o poder, a fama ou o dinheiro. Que as pessoas deixassem de acreditar que o que guia a vida é a razão, porque não é. Já pensaste nas inumeras coisas sem explicação que existem? Eu continuo a pensar, e quanto mais faço por isso mais a lista aumenta. Talvez um dia acabem por admitir que a razão só acaba por destruir a ideia de vida, e que o poder e o dinheiro não passam de simples miragens, ilusões. Há já algum tempo que deixei de acreditar num mundo ideal, mas acredito num mundo equilibrado. Um mundo em que te defines pelas acções que fazes e não pela quantidade das que tens na bolsa. Sabes, são milhares as pessoas que aqui passam, e nenhuma me vê. Olham de lado, mas fingem não ver. Talvez seja isso, os problemas, quando presentes olham-se de lado, não se enfrentam. Se há coisa que todos somos é fracos, cobardes, egoistas, crueis, interesseiros, oportunistas, vagabundos que o não admitem, e poderia estar aqui até amanhã, mas não vale a pena, porque tudo se resume a uma palavra, incompreensiveis. Isto que digo hoje, amanhã mudará. O mundo está constantemente a virar, a crescer, a mudar, a evoluir. Dizem eles."
E dito isto tocou-me no braço, sorriu, virou-me as costas e eu fiquei ali, estupefacta, a olhar a parede até anoitecer. Agora, aquele canto é ocupado por mim, agora sou eu quem todos olham e não vêm.

[SoraiaOliveira, até que merecias melhor, mas por enquanto é o meu máximo. Amo-te (L)]

domingo, 11 de abril de 2010

(?)

Porque é que vemos sempre aquilo em que queremos acreditar e nunca acreditamos naquilo que vemos?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

É complicado

É engraçado como dum momento para o outro perdes tudo, e ainda é mais engraçado que quando precisas realmente de apoio não o tens.
Não espero compreensão, nem mudança de atitude, não sei, mas não espero nada.
Começo a gostar disto, começo a gostar de sofrer, e ver tudo à minha volta a cair. Começo a gostar de não receber mensagens durante um dia inteiro, e de ninguém meter conversa comigo mal entro no msn. Começo a gostar das bocas e das repreensões, até dos desprezos e dos meus arrependimentos. Começo a gostar disto, começo a gostar de sofrer, e ver tudo à minha volta a cair, porquê? Não sei.
Dizem que não há nada sem acreditar, e não, já não acredito em nada, e dificilmente em alguém! Já houve alturas em que acreditava por mim e pelos outros, e sei que ainda há agora quem acredite por mim; vai ser uma época dificil para ambos, porque neste momento ser feliz não está nos meus objectivos, e sei que grande parte se vai fartar disso.
Apenas quero sofrer, sofrer, sofrer...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Isolamento

Isolamento? Isolamento para mim não é sinónimo de cobardia, medo, nem tão pouco de loucura. Para mim só é verdadeiramente capaz de se isolar quem luta, corajosamente, para conquistar a liberdade, a felicidade, até vencer os seus próprios medos. Talvez acabe por ser sinónimo de loucura sim, mas não a loucura pela qual somos julgados, mas sim aquela loucura que nos eleva ao auge, mas que ninguém que olha superficialmente entende.
Muitos consideram que o importante para sobreviver neste mundo é ser forte, eu considero que o importante é tu sentires-te forte. Acredito convictamente que na vida, é importante medires-te a ti próprio pelo menos uma vez, é importante encontrares-te pelo menos uma vez nas situações mais adversas da condição humana. Não sei se me estás a entender. O que quero dizer é que deves enfrentar os teus piores medos pelo menos uma vez, sozinho, sem nada para te ajudar, apenas as tuas mãos e a tua própria cabeça.
Um dia vou ser capaz de me isolar, vou ter força para isso. Por enquanto sou apenas mais uma como tantas as outras e eu própria tenho nojo de mim mesma, porque não me sinto forte, não me sinto forte para nada, e deixo-me levar, e talvez o mundo me deixe também para trás, mas sinceramente? Pouco me importa, são muito poucas as coisas que ainda me mantêm aqui.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E é por isto que nunca devemos desistir.

A felicidade é uma coisa que todos queremos, mas é também a mais difícil de obter.
Nada na vida é fácil, e todos os dias são como um jogo, um jogo que devemos vencer. Mas às vezes parece que as desigualdades se elevam e nos prendem, e é aí que perdemos as razões para nos continuarmos a esforçar, para continuarmos a tentar. E o 'escapar' agarra-nos pela mão e diz-nos para, simplesmente, deixarmos ir, e nós ouvimos. E desaparecemos, e o mundo deixa-nos para trás.
As nossas vidas tornam-se inacabadas, peças partidas de promessas não cumpridas, e nós somos cortados, bem lá no fundo, pelo pior dos arrependimentos, porque deixámos de tentar, sem nunca perceber que afinal, a felicidade estava mesmo à nossa frente, que bastava esticar o braço, talvez dar mais uns passos, para a alcançar. E se nós tivessemos simplesmente lutado para manter as nossas cabeças acima da água, se tivemos lutado com mais força para caminhar sobre uma estrada fria e completamente destruída nós teríamos encontrado um chão sólido, sonhos a voar, onde podiamos pegar num e concretizá-lo, e o amor, à espera, para penetrar a escuridão que até agora tinha estado sempre presente.
E é por isto que nunca devemos desistir.

Na vida podes fazer duas coisas, a coisa certa, e a coisa errada.
O que nunca podes fazer é nada.

sábado, 3 de abril de 2010

it's o-v-e-r .

Provavelmente perdi-te, mas já pouco me importa. Não vou chegar ao ponto de dizer que foste a pior merda que eu podia ter arranjado (como tu já disseste) mas a partir de hoje, é olhar em frente, e acreditar, desculpa, saber, que há melhor que tu por ai.
Não precisas de mim? Óptimo, a minha intenção nunca foi faltar-te.

"Eu não queria acabar, pois prometi a mim mesma que tudo podia acabar menos nós, mas tem de ser, eu não aguento mais".
Sabes, adoro recordações
.