segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ergui-me; trémula. Sentei-me. Olhei à minha volta e senti-me enjoada. Aquele quarto transpirava a ti. Pior, transpirava a nós.
Saí então de casa, mas, quase que como um movimento involuntário, peguei numa camisola tua. Um simples e estúpido movimento involuntário adquirido. No entanto, não me importei, no fundo ia fazer uma coisa que era nossa. Aliás, um hábito nosso.
Fui para a praia. Estava a chover, a praia estava vazia, o mar um pouco revoltado, mas não tanto como seria de esperar.
Lembro-me de passar estas manhãs frias nos teus braços. Não falávamos. Com o tempo fomos percebendo que as palavras só servem para magoar. Muitas vezes, trocávamos 5 frases por dia, mesmo assim eramos felizes. Ao contrário dos que nos rodeavam nunca precisámos de tempos para pensar, nem nunca perdemos a cabeça um com o outro. Parece que era simples de mais não é?
Agora estou sem ti, e não te culpo. Não culpo ninguém aliás. Dizias muitas vezes 'mais cedo ou mais tarde o fim aparece para tudo, mas a vida continua, às voltas, incerta, obriga-nos a viver toda a dor e felicidade, dia a dia, até nos deixar ela também'. Gozava bastante contigo, até ao dia em que percebi o que dizias.
Sinto-me ridicula. Volto a casa. Já não me sinto enjoada. Gosto de estar aqui, afinal.

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