quarta-feira, 6 de outubro de 2010

7 meses

Podes vir agora, a sério. Acorda-me e relembra-me que ainda estou no meu quarto de Lisboa. Que ainda não chegámos a 2010. Que hoje me vais levar a jantar fora. Grita para eu me despachar. Perde a paciência comigo; e no fim sorri. E conta-me histórias da oma, e tuas. Pergunta-me que quero comer. Se estou bem. Se gosto de ti. Eu reviro os olhos e tu lês-me por completo. 'Eu sei que gostas de mim'. 'Sim, sim'.
Pergunta-me que filme quero ver. Diz que temos os gostos parecidos. Durante a apresentação dos filmes que irão estar disponiveis brevemente, diz-me, 'gostava de ir ver este e aquele'. No final pergunta-me se gostei. Faz uns comentários e relaciona com qualquer coisa importante. Muda de assunto mil e uma vezes até parares o carro em casa.
Entramos. Antes de cada um virar costas e ir para seu lado tu abraças-me. Eu não consigo e confesso 'gosto muito de ti'. Tu retribuis 'és a melhor coisa que tenho na vida, e é por ti e só por ti que vivo'
Acorda-me agora, por favor! E se quiseres estamos em 2010, e eu estou aqui, nesta cidade universitária, e tu vieste ver-me. Eu conto-te o terrivel pesadelo que tive. Tu vais provavelmente fazer mil e uma piadas sobre isso. Vais ver também que apesar de sorrir a minha cara continua preocupada. Dizes-me 'não tens que te preocupar pequenina. eu não deixo que isso aconteça tão cedo'. Eu vou-te dizer que não mandas, e tu vais responder. Vamos ter uma conversa interminavel que vai acabar com um longo abraço e com umas fortes palavras.
Já reparaste, eu nunca fiz tudo por ti, e neste momento não me sinto capaz de fazer qualquer outra coisa senão dar tudo o que tenho e tudo o que não tenho por ti e só por ti. Acorda-me anda, não aguento mais.

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